quarta-feira, 4 de março de 2015

Em Terras Manauaras - Parte 4

Este é o relato de Edilson Ferreira, delegado no 11° Encontro Nacional da Pastoral da Juventude pela Diocese de Caçador. Atualmente Edilson mora em Florianópolis, pois está cursando Teologia, ele é seminarista da Diocese e faz parte da Comissão Diocesana de Assessores da Pastoral da Juventude. 

"Mestre onde moras? Vinde e vede!"
Jo 1, 38b-39a


Centenas de jovens de todo o Brasil estiveram reunidos em Manaus/Am, do dia 18 a 25 de janeiro para celebrar o 11° Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ). Momento de recordar, viver, conviver, sonhar, construir e celebrar juntos a caminhada da Pastoral da Juventude (PJ) nos diversos lugares do nosso rico chão brasileiro. A primeira coisa a se mencionar é a emoção e ansiedade que sentíamos já meses antes do encontro, podemos dizer que oficialmente nossa jornada iniciou com a missa de envio celebrada na Diocese de Joinville, onde tivemos a oportunidade de rever alguns companheir@s já conhecidos da nossa caminhada e outros tantos nov@s.
Em Joinville fomos convidados a realmente mergulhar na experiência do encontro das águas na Igreja da Amazônia, mas mergulhar não com roupas de mergulho, pois ao voltarmos à tona tiramos a roupa de mergulho e nos encontramos secos, assim fomos chamados a estarmos de coração aberto para bebermos da água da vida manauara e mergulharmos bem fundo no seu jeito de ser Igreja para sairmos completamente encharcados com o ardor do chamado que nos faz o mestre.
Saímos do aeroporto de Joinville com escala em São Paulo para assim finalmente chegarmos as terras manauaras. Para muitos de nós a viagem de avião rendeu muitas emoções, mas nem se comparou com a calorosa recepção que recebemos d@s PJoteir@s que nos esperavam madrugada a dentro no aeroporto. Depois desta acolhida fomos direcionados a Faculdade La Salle, onde alguns de nós hospedaram-se na primeira noite. Ao amanhecer já podíamos ver a beleza de todas as partes do Brasil, as cores, os sotaques, as gírias, as diversidades dos nossos jovens, da nossa PJ, enfim da beleza da nossa Igreja.
O primeiro dia em Manaus foi para conhecermos o espaço onde nos encontrávamos e para fazer o cadastramento, após quem havia dormido na faculdade foi enviado as suas respectivas famílias que os acolheriam. Ao fim do dia, no Anfiteatro da Ponta Negra, iniciamos o 11° ENPJ com a Santa Missa presidida pelo arcebispo Dom Sérgio Castriani, que acolheu aos delegados dizendo: "Nós viemos de todas as partes do Brasil porque somos seguidores de Jesus Cristo, nosso Mestre", Dom Eduardo Pinheiro da Silva, presidente da comissão episcopal pastoral para a juventude da CNBB, que concelebrou, acentuou em sua homilia "O apelo de Jesus aos discípulos de segmento é o mesmo que se faz a PJ hoje".
Na segunda-feira dia 19 nos reunimos novamente na faculdade, onde aconteciam grande parte das atividades, lá fomos envolvidos por uma mística muito forte, oração, danças, e tantos outros aspectos marcantes da cultura amazônica, recordamos a celebração do 10°ENPJ em Maringá/PR e acolhemos os símbolos do 11°ENPJ. A cada momento ficávamos mais arrepiados, a emoção de estar
ali, vivendo e sentindo toda aquela vibração que brotava da caminhada, da vivência de cada regional e que culminava no grande encontro da partilha e na certeza da missão.
Não bastasse já a alegria de estarmos reunidos na "Grande Tapera da Igreja Amazônica ", ouvimos a fala de Dom Vilson Basso, que afirmou; " a PJ é a maior escola de formação de lideranças da Igreja do Brasil", não tenho como descrever a alegria e o contentamento que sentiram todos os delegados pelo reconhecimento do trabalho da PJ.
Terça-feira, dia 20, foi o dia de colocarmos em prática o convite de Jesus, "vinde e vede", fomos ao encontro, em missão. Saímos com mais de 600 jovens para as diversas realidades de Manaus (urbana, periferia, ribeirinha, indígena e rural), nos colocando à procura do Mestre na realidade daquele chão, no rosto e na vida de cada pessoa.
Na quarta-feira, dia 21, aconteceu a "Festa dos Povos", onde conhecemos mais um pouco da cultura
de nosso país, o mosaico de cores, ritmos, histórias e sabores. Nossa delegação relembrou os 100 anos do Contestado e mais os 30 anos da caminhada da PJ em nosso estado.
A quinta-feira, dia 22, foi reservada para conhecermos os pontos culturais de Manaus. De manhã fomos todos ao "Encontro das Águas" do Rio Negro com o Solimões. Neste dia tivemos a oportunidade de conhecer as histórias locais, as lendas e contos folclóricos, e também de nos aprofundarmos na mística do encontro com o mestre no contato com a beleza da natureza.
Na sexta-feira, tivemos a mesa de debate sobre os caminhos alternativos para os grupos de base e também participamos de oficinas. 
No sábado vivemos a experiência da Romaria dos Mártires da Caminhada, onde recordamos aqueles que  morreram defendendo a vida e lutando contra as injustiças. Aí já não tinha mais como segurar a grande emoção estampada no rosto de cada delegado em marcha, recordando, vivendo e fazendo da vida  missão, com o passo firme anunciando um Deus que é irmão. Encerramos o dia com a apresentação musica de Manuel Nerys, compositor do hino do 11° ENPJ e também com a cantora Márcia Siqueira.
Domingo, já com o coração apertado, participamos da celebração de encerramento e finalizamos com a mobilização como um ato pela Reforma Política. 
Em cada dia do ENPJ, nos vários momentos de oração, na partilha de vida, nos debates sobre diversos temas do cotidiano da vida da Igreja e da Juventude, na realização das oficinas, em nossa
visita missionária, nas apresentações artísticas e culturais, no encontro com o povo amazonense experimentamos o encontro com o Senhor. Pois nos atrevemos a perguntar "Mestre onde moras?", e Ele durante todo o encontro nos respondeu, e nos deu a alegria de aceitar seu convite, "Vinde e Vede!". O chamado que recebemos de Jesus nos levou a redescobri-lo e ter certeza que devemos permanecer junto d'Ele, na nossa vida, na nossa realidade, no meio do povo, não importando os desafios, devemos reconhecê-lo no rosto de cada irmão e irmã sem preconceito ou distinção.
O que vivemos no 11° ENPJ, é o que o Mestre pede de cada um de nós em nossa casa, família, comunidades e grupos de base. Que tenhamos a ousadia de perguntar "Mestre onde moras?" e colocar-se de coração puro, humilde e sincero, com coragem e determinação para responder ao chamado e ir ao encontro d'Ele, sendo cada vez mais seguidores autênticos, não só na fala, mas na vida. Sendo profetas  anunciadores do Cristo Jesus Salvador e Libertador. 
Não tenhamos medo de ser jovens, não tenhamos medo de ser PJ, assumamos o convite de Jesus para ir ao seu encontro e tenhamos a coragem de ser profetas da esperança, amantes da utopia e construtores da Civilização do Amor, assim como nos pede o Papa Francisco. 

VEM JUVENTUDE .... trabalhar, lutar, sonhar! ... viver a profecia e construir a CIVILIZAÇÃO DO AMOR!!!
Amém, Axé, Awerê, Aleluia!

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