
Falar em algo que
chamou atenção, uma única coisa não se é possível, pois logo que fui acolhida a
“mãe” que foi me buscar disse que a casa que iria ficar hospedada estaria
convivendo com uma “vozinha” de noventa e dois anos que tem perca de memória
recente, uma amputada, e uma cega. Fiquei surpresa e pensando, olhe a realidade
que terei que me adaptar, enfrentar, conviver, uma
situação em que achava que
não poderia ser vivida de cabeça erguida, e numa alegria unânime, onde não
pensava que em uma realidade sofrida (pois eu pensava ser sofrida) houvesse
tanta fidelidade com Deus. Mas ao entrar porta adentro, senti como se fosse
minha casa, minha família, me deparei com uma senhora que não parecia ter a
idade com o que falava, parecia uma criança que ama fazer suas “birras”, que
brinca ser deixada de lado pela neta, que ninguém a ama, mas que ela não se
importa, pois vão sentir saudades dela, pois ela é a vida da família. É a
pessoa mais gentil, pois precisa de cuidados, e quem os oferece é a neta cega,
mas que enxerga melhor que qualquer pessoa, um amor transmitido sem igual, e
que mesmo dizendo que a avó é a “ultima irmã viva de Einstein”, não falta um
“te amo vovó” no fim do dia.
A frase que é
a mais própria para essa experiência missionária, para mim seria nunca
desistir,


pois foi onde consegui encontrar força e animo pra erguer a cabeça, e
seguir a caminhada pastoral, foi onde aprendi o que significa persistência,
onde vi uma juventude unida por um mesmo ideal, por uma luta de igualdade, onde
encontrei pessoas que levarei em meu coração eternamente, que me fizeram ver
que um mundo quieto e tímido não se conquista objetivos, e que uma missão não
significa sair visitando todas as famílias sem antes conhecer o berço, que é a
comunidade, a emoção foi primitiva ao chegar e me deparar com um local
necessitado, não só de bens materiais, mas de uma conversa, de uma compreensão,
de atenção, ao encontrar tanta fé e força de vontade em um local onde não se
tem uma igreja linda e decorada, com altar e pedestais para o padroeiro, Santa
Clara, se não fosse enfatizado pelos fieis da comunidade não saberia dizer qual
o santo era exaltado naquele local.
Durante o encontro as falas que mais me marcaram foram: “Faz 40 anos
que ouço que a pastoral esta morrendo, e olha o tamanho desse encontro” dita por Dom Sérgio Castrianni, e a frase que irei levar para minha caminhada pastoral “eu vim
para ver o horizonte” apresentada por Pe. Hilário Dick, por que dessas falas?
Pois uma completa a outra, pois somos os horizontes de um trabalho que dizem
estar se acabando, mas que ao contrário disso, se fortalece em experiências
como a vivida em Manaus.
O ENPJ não
alcançou as expectativas, e sim, passou de todas as expectativas esperadas. Quando
foi apresentada a carta do Papa Francisco tive a certeza de que minha
identidade a seguir estava a minha frente o tempo todo e eu apenas adiava a
decisão de dizer com orgulho e um amor incondicional, sou igreja jovem, sou uma
energia existencial, sou PJOTEIRA!!!
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Olha quem encontramos no aeroporto - Dunga (Canção Nova) |
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